Chamada para trabalhos: Quinto Simpósio Internacional de Historia da Eletricidade
Durante os dias 6 a 11 de
maio de 2019 celebrar-se-á, na Universidade
de Évora, o Quinto Simpósio
Internacional de Historia da Eletricidade que este ano será dedicado à
eletricidade e à transformação da vida urbana e social.
Desde 2012 celebraram-se quatro simpósios internacionais sobre a
eletrificação: Barcelona
(2012), São Paulo (2013), Cidade do México (2015) e novamente
Barcelona (2017).
Objetivos
A partir da exposição de Eletricidade de 1881, que teve lugar em
Paris, a eletricidade e as suas várias aplicações tiveram uma divulgação
assinável. O mesmo se passou com a Exposição Internacional de Barcelona de
1888. Anos mais tarde, na Exposição Universal de 1900, um evento em que se
procurava fazer o balanço do século, a “fada eletricidade” assumiu um lugar de
relevo. Durante a segunda metade do seculo XIX, a eletricidade foi sendo
instalada em várias cidades da Península Ibérica e da América Latina, numa
dinâmica que se acentuou ao longo do século XX, embora com ritmos díspares
entre países e regiões. Na maioria dos casos a eletricidade começou por ser
introduzida nas grandes cidades e só posteriormente chegou aos pequenos
povoados e zonas periféricas. Existiram, é certo, situações pontuais em que,
devido à iniciativa de um empresário ou de um governo local mais ativo, esta
forma de energia foi adotada precocemente fora dos principais eixos de fixação
e movimentação de pessoas e bens. Nos meios urbanos a introdução da
eletricidade permitiu uma iluminação mais intensa, contribuindo para a
segurança dos transeuntes e possibilitando usufruir até horas mais tardias os
jardins e as alamedas urbanizadas que atraíam as populações. Os locais de
diversão e cultura, como os teatros, os cafés, as sociedades recreativas e
culturais e as academias foram também alguns dos espaços urbanos que mais
precocemente beneficiaram da introdução da luz elétrica. Por outro lado, a
possibilidade de iluminar de forma mais eficiente e até horas mais tardias os
espaços fabris traduziu-se muitas vezes num agravamento da vida dos
trabalhadores.
No comércio e nos serviços, o uso da eletricidade para fins
publicitários, nomeadamente através da iluminação das montras e de anúncios
luminosos, tornou- se uma estratégia inovadora de captação de públicos e
consumidores. A introdução da energia elétrica nas cidades beneficiou
igualmente a mobilidade e a expansão urbana. Os bondes elétricos, por exemplo, facilitaram o alargamento do espaço
urbano e contribuíram para a localização das unidades fabris em zonas marginais
das cidades, muitas vezes distantes dos locais de habitação dos operários. A
introdução da energia elétrica no espaço doméstico, primeiro para iluminação, depois para o aquecimento e para
o funcionamento dos eletrodomésticos, teve repercussões sobre a organização e
arquitetura das habitações e a organização dos vários espaços dessas mesmas
habitações, como aconteceu de forma visível com as cozinhas. Além disso,
favoreceu a alteração do papel da mulher na vida familiar e social, dando-lhe
mais tempo para se dedicar a outras atividades e mesmo facilitando- lhe o
assumir de novas atividades profissionais.
Enquanto nova infraestrutura, a instalação da eletricidade exigiu a construção
de centrais elétricas, em certos casos estruturas de grande dimensão e muito
marcantes, que alteraram de forma visível a paisagem urbana. Por sua vez, a
construção da rede elétrica, ao cruzar em várias direções o espaço urbano,
tanto por via área como subterrânea, criou diversos problemas, desde as obras
constantes nos arruamentos até aos conflitos regulares com os governos locais e
centrais. Estes são alguns dos principais aspetos ligados à introdução da
eletricidade que serão debatidos neste Simpósio.
Temas prioritários de debate
- A iluminação urbana, a eletricidade e a segurança pública
-
A construção da rede elétrica e
a alteração da paisagem urbana
-
A implantação das redes urbanas
de eletricidade e os conflitos com os poderes locais e centrais
-
A iluminação elétrica e o
desenvolvimento dos espaços de cultura e lazer
-
A iluminação dos espaços
comerciais e fabris
-
A eletricidade e os transportes urbanos
-
A eletricidade e a arquitetura:
os elevadores e a construção em altura e as novas formas de pensar a
distribuição dos espaços as habitações
-
A introdução dos motores
elétricos nas fábricas e a alteração da organização do espaço fabril
- A introdução da energia elétrica
nas habitações e a alteração do espaço doméstico.
-
A eletricidade a alteração do
papel da mulher no lar e na sociedade
Local do Simpósio:
Universidade de
Évora, Colégio do Espírito Santo, Anfiteatro 131
Organização
Geocritica-
Universidade de Barcelona e CIDEHUS-Universidade de Évora
Diretores:
Horacio Capel - Universidad de Barcelona
Ana Cardoso de Matos - CIDEHUS, Universidade de Évora
Coordenadores:
Maria Ana
Bernardo – CIDEHUS, Universidade de Évora Miriam H. Zaar – Geocrítica,
Universidad de Barcelona
Comité organizador:
Alexandre Ramos –
CIDEHUS, Universidade de Évora Armando Quintas – CIDEHUS, Universidade de Évora
Fernanda Lima Lourencetti – CIDEHUS, Universidade de Évora Sheila Palomares –
CIDEHUS, Universidade de Évora
Pietro
Viscomi – CIDEHUS, Universidade de Évora Nevena Ilic – CIDEHUS, Universidade de
Évora
Comité
Assessor Internacional
Alvaro
Ferreira - Universidade do Estado do Rio de Janeiro Antoni-Roca-Rosell -
Universitat Politècnica de Catalunya Denis Castilho - Universidade Federal de
Góias, Brasil Domingo Cuellar Villar - Grupo RENFE
Eduardo Romero de Oliveira - Universidade de São
Paulo
Eveline Bertino Algebaile - Universidade de Estado do Rio de Janeiro
Fernanda Rollo - IHC - Universidade Nova de Lisboa
Floriano Godinho de Oliveira - Universidade do Estado
do Rio de Janeiro Gildo Magalhães - CHC-Universidade de São Paulo
Isabel Bartolomé
Rodríguez - Universidad de Sevilla Jorge Fernandes Alves - CICTEM, Universidade
do Porto Jorge Gaspar - Universidade de Lisboa, Geografia
José Maria
Brandão de Brito - IHC - Universidade Nova de Lisboa Manuel Silva –Universidad
de Saragoça
Maria da Luz
Sampaio – IHC-Univ. Nova de Lisboa/CIDEHUS-Univ. Évora Mercedes Arroyo -
Universidat de Barcelona
Mercedes Tatjer Mir - Universitat de Barcelona
Miguel
Muñoz - Fundación de los Ferrocarriles Españoles Nuno Luís Madureira -
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa Odette Seabra - Universidade de São
Paulo
Submissão de propostas:
Todos os interessados em participar deverão enviar um resumo com a
sua proposta de comunicação que se
enquadre numa das áreas temáticas do Simpósio, nas quais devem ser incluídas as
seguintes informações:
- Título da Comunicação
-
Nome(s) do(s) autor(es),
Filiação Institucional e Contacto Email
-
Resumo com o máximo de 500
palavras, em Times New Roman 12, espaço duplo, A-4, em formato Word (.docx)
-
5 Palavras - Chave (máximo)
-
Idiomas admitidos: Português,
Castelhano, Catalão, Galego e Italiano.
As propostas de comunicação deverão ser enviadas, até
15 de Janeiro de 2019, para o seguinte endereço: vsimposium.electrificacao@uevora.pt
Prazo para a entrega dos textos das comunicações: 15 de abril de 2019